TL-11/12: Encontro 2016

[tab: Resumo TL-11]
TL-11: PSICOPATOLOGIA FENOMENOLÓGICA EXISTENCIAL: COMPREENDENDO A IDENTIDADE DO SER EM ADOECIMENTO.
Ac. Marcela de Jesus Junqueira (GO)

Ac. Beatriz Mendes de Souza (GO)
Ac. Lorena Rosa Quiles de Oliveira (GO)
Drª Virginia Elizabeth Suassuna Martins Costa (GO) – CRP: 09/39

Resumo: 
A psicopatologia tem suas raízes na medicina tradicional e pode ser compreendida como um discurso a respeito do sofrimento psíquico. Trata-se de uma psicopatologia clássica que enquadra os pacientes em definições guiadas por descrições sintomatológicas desenvolvidas para alcançar diagnósticos e formas de tratamentos. Esta perspectiva aborda a complexidade do sofrimento humano de forma simplista, não se atentando para a significação do fenômeno para o próprio ser adoecido, negligenciando a vivência do ser e priorizando a patologia, contribuindo assim para com o isolamento social do indivíduo adoecido e consequentemente com a perda da sua identidade. No entanto, em contraponto com essa visão reducionista, no início do século XX surge no meio psiquiátrico a psicopatologia fenomenológica, uma ciência antropológica de base fenomenológica existencial, que tem suas raízes nos trabalhos produzidos por Minkowski, Binswanger Strauss e Von Gebsattel. Essa abordagem psicopatológica humanista, considera o fenômeno psicopatológico como uma forma diferente de ser. Sendo pautada no inter-humano, o profissional na relação com o ser busca compreender a relação dele com o mundo, considerando as descrições referentes ao espaço, ao tempo, ao corpo e a realidade. Dessa relação, será possível investigar o ser em sua totalidade, uma vez que, suspendendo os julgamentos e as ideias preconcebidas, será permitido a formulação de um diagnóstico que contemple a complexidade e a singularidade do ser em questão. A psicopatologia fenomenológica possibilita ao sujeito adoecido a confirmação do seu jeito de ser e de se relacionar com o mundo, possibilitando-o que seja ativo na construção da sua própria história. Uma vez que sua identidade e singularidade são respeitadas e compreendidas, sua existência é percebida como uma nova forma de ser-no-mundo que parte do referencial de si mesmo e não de um ser considerado normal. Portanto, este trabalho trata-se de uma reflexão crítica referente a como a psicopatologia fenomenológica existencial na perspectiva da temporalidade de Minkowski contribui para a compreensão da identidade do ser adoecido que a muito tempo foi esquecida em meio ao objetivismo da psicopatologia tradicional que não consegue atender e compreender as demandas do homem contemporâneo. O mesmo é fruto do levantamento bibliográfico inicial feito no período de agosto de 2015 a janeiro de 2016, por meio da busca dos descritores: Minkowski, psicopatologia, fenomenologia e tempo, encontrados em traduções de obras clássicas, resumos, artigos, revistas, periódicos e anais de congressos. Após o levantamento da bibliografia, foram elaborados fichamentos divididos em análise textual, temática e interpretativa, decorrentes de leituras exaustivas focadas na perspectiva desse autor. Como resultado, observou-se a possibilidade de compreender o ser em adoecimento por intermédio das estruturas temporais – presente, passado e futuro e suas categorias – duração, sucessão e continuidade, recordação, remorso e pesar, atividade e espera, desejo e esperança, prece e ação ética, principais aspectos estudados por Minkowski, que quando apresentam déficits e rupturas, comprometem o Élan Vital, momento em que podem surgir manifestações psicopatológicas relacionadas as vivências temporais, ou seja, o fenômeno psicopatológico pode ser compreendido como uma doença do tempo vivido, aspecto enfatizado na perspectiva da Gestalt-Terapia.

Palavras-Chaves: Psicopatologia; Existencialismo; tempo vivido.

Autor: 
Marcela de Jesus Junqueira (GO)

Mini-Currículo: 
Marcela de Jesus Junqueira (GO): Acadêmica do oitavo período de Psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC GO), sendo beneficiada pelo Programa Bolsa Universitária desde o segundo período com bolsa integral. Atualmente monitora da disciplina Matrizes do Pensamento Psicológico II: Humanismo, Fenomenologia e Gestalt, ministrada pela professora Dra. Virginia E. Suassuna Martins Costa, iniciado em 2014/1. Acadêmica da Iniciação Científica BIC/OVG na pesquisa “O processo de escolha de acadêmicos de Psicologia diante das ênfases clínicas” no período de 2014 a 2015. Acadêmica da Iniciação Científica BIC/OVG na pesquisa “As psicopatologias e psicoterapias fenomenológicas existenciais: origem, desenvolvimento e atuação¨no período de 2015 a 2016. Participa de diversas atividades relacionadas a área clínica de Gestalt-Terapia, psicopatologia fenomenológica e Transtorno do Espectro Autista. Contato: (62) 85122510 [email protected]

Categoria: Tema Livre

Público-Alvo: 4º Período em diante

Co-Autor 1: Beatriz Mendes de Souza (GO)
Mini-Curriculo 1: Beatriz Mendes de Souza (GO): Acadêmica do oitavo período de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC GO), sendo beneficiada pelo Programa Universidade para Todos (PROUNI). Atualmente monitora da disciplina Matrizes do Pensamento Psicológico II: Humanismo, Fenomenologia e Gestalt, ministrada pela professora Dra. Virginia E. Suassuna Martins Costa, iniciado em 2014/1. Participa como voluntaria do Projeto de Iniciação Cientifica: Impacto do Assédio Moral na Saúde Mental do Trabalhador. Participa também do Grupo de Pesquisa e Prática em Gestalt-Terapia, coordenado por: Dra. Virginia E. Suassuna Martins Costa, Me. Danilo Suassuna Martins Costa e Ma. Luiza Carolina Terra Colmán. Contato: (62) 93048503 [email protected]

Co-Autor 2: Lorena Rosa Quiles de Oliveira (GO)
Mini-Curriculo 2: Lorena Rosa Quiles de Oliveira (GO): Acadêmica do 5° período de psicologia na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás). Participou como monitora (2015/2) da disciplina Matrizes do Pensamento Psicológico II: Humanismo, Fenomenologia e Gestalt, ministrado pela professora Dra. Virginia E. Suassuma Martins Costa. Atualmente monitora desde 2015/1 da disciplina Psicologia Geral Experimental II, ministrada pelo professor Antônio Carlos Godinho. Foi acadêmica bolsista de iniciação cientifica Prolicen/UFG/FL na pesquisa CRIARCONTEXTO: a mediação em processos de leitura e escrita 2014 a 2015 com supervisão da Professora Dra. Eliane Marquez da Fonseca. Foi estagiaria voluntária (2015/1) de o Programa Aprender a Pensar (PAP/ Pris/ PUC-Goiás) sobre supervisão da Professora Dra. Débora Diva e atualmente estagiaria bolsista desde 2016 (PAP/ Pris/ PUC-Goiás). Participa de atividades relacionadas às diversas áreas da psicologia e áreas afins. Contato: (62) 93491860 [email protected]

Co-Autor 3: Virginia Elizabeth Suassuna Martins Costa (GO)
Mini-Curriculo 3: Virginia Elizabeth Suassuna Martins Costa (GO): Possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo USP (1977), mestrado em Educação pela Universidade Católica de Goiás -PUC- GO (2002) e doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília – UnB/UFG (2008). Especialista em Gestalt-terapia no Brasil e Treinamento avançado nessa abordagem na França, Suíça e Estados Unidos. Professora da Universidade Católica de Goiás – PUC- GO, desde 1978, é Fundadora, Professora, Supervisora Clínica e Diretora Administrativa do Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-Terapia de Goiânia ITGT. (GO)., Possui artigos e capítulos publicados em revistas e livros. Pesquisadora cadastrada na Plataforma Brasil, vinculada ao CNPq. Psicoterapeuta de criança, adolescente, casal e família e de grupo na perspectiva da Gestalt-terapia.

 

[tab: Resumo TL-12]

TL-12: SER EM (TRANS)FORMAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DAS NOÇÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA CLÍNICA GESTÁLTICA
Psi. Marcelo Marques Assis (GO) – CRP: 09/9920

Resumo:
As questões de gênero e sexualidade, enquanto construções sociais, presentes em qualquer atividade humana, perpassam por inúmeros sentidos que, por sua vez, abarcam novas possibilidades na apreensão da experiência vivida, principalmente no que tangem aos processos bio-psico-sócio-históricos-culturais da sexualidade humana e do gênero deste ser existencial. Mesmo que esses processos sejam foco de algumas pesquisas e debates na graduação e pós-graduação em psicologia, nota-se ainda, certo despreparo por parte dos profissionais atuantes na clínica (foco desta proposta), para as discussões, compreensões, problematizações e questionamentos que giram em torno das noções de gênero e sexualidade, presentes no setting terapêutico. Para tanto, parte-se da compreensão do gênero enquanto construção social, que abrange todo um sistema de relações, que podem ou não incluir o sexo, uma vez que eles não estão diretamente determinados, ou seja, o sexo (sexualidade) não determina o gênero da pessoa, e o gênero não determina diretamente os aspectos da sexualidade da pessoa (Scott, 1995; Louro, 1997). Em que passa a ser notado como um conjunto de redes simbólicas que estão presentes nos diversos domínios do humano e do social, que extrapolam a rigidez presente em considerações lineares, hierarquizadas e binárias que determinam o que “é” ser homem e o que “é” ser mulher. Visto que são sempre inacabados e denotam novas transições diárias e histórico-culturais que influenciam a maneira como que percebemos o gênero e a sexualidade e seus fatores que se interseccionam ao corpo e à formação da identidade das pessoas (Gonçalves, 1998; Butler, 2003; Pinto, 2004; Louro, 2008). Intimamente relacionado ao conceito de gênero, a sexualidade se apresenta a partir de duas abordagens mais proeminentes: a essencialista e a construcionista. A abordagem essencialista assume a sexualidade enquanto essência biológica e/ou psicológica, considerando o sexo enquanto forma natural, imutável e intrínseco ao ser humano (Rubin, 1975; Gonçalves, 1998; Weeks, 2000). Já a abordagem construcionista, entende a sexualidade como uma construção social, construída na história e na sociedade, e problematiza a naturalização, universalidade, essencialização da sexualidade, uma vez que a compreende como não sendo ordenada biologicamente (Rubin, 1975; Borges, 2008). Para essa perspectiva, a sexualidade se encontra no domínio dos sentimentos, crenças, desejos e atitudes que mudam no decorrer da vida e em relação às diferentes culturas (e no interior das mesmas), perpassando pelos seus diferentes ciclos e relações (Gonçalves, 1998). A partir desta contextualização, esta proposta busca apresentar um panorama geral das noções de gênero e sexualidade, em seus diversos contextos históricos e sociais, a partir de uma visão multicultural e interdisciplinar (Psicologia, Antropologia, Ciências Sociais, Sociologia, Medicina), bem como (inter)relacionar essas (trans)formações à prática clínica do(a) gestalt-terapeuta, a luz das bases epistemológicas e teóricas da gestalt-terapia, ressaltando a importância da compreensão desta temática para a atividade profissional e possível influência no processo terapêutico do cliente, visto como ser em constante (trans)formação e capacitação do(a) terapeuta para lidar com as questões relacionadas ao gênero e sexualidade que possam emergir no campo terapêutico.

Palavras-Chaves: Gênero; Sexualidade; Gestalt-Terapia; Psicologia Clínica

Autor:
Marcelo Marques Assis (GO)

Marcelo MarquesMini-Currículo: 
Marcelo Marques Assis (GO): Mestrando em Psicologia pela UFG-GO, cursa especialização em Gestalt-Terapia pelo ITGT-GO. Possui Curso de Capacitação em Gênero pelo IDH/Método – LTBA juntamente com a Secretaria Cidadã; Curso de Formação Feminista: Tramas e Redes: feminismos pelo fim da violência (UFG-GO).

 

Categoria: Tema Livre

Público-Alvo: 1º Período em diante