Repercussões do abuso sexual infantil: um corpo invadido e uma existência ferida

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Resumo: O objetivo deste estudo qualitativo e descritivo foi compreender a trajetória existencial de uma vítima de abuso sexual infantil intrafamiliar, por meio da apresentação de um estudo de caso de uma paciente em processo psicoterapêutico na Gestalt-terapia. Os dados foram coletados via encontros clínicos, relato descritivo, produções expressivas e análise documental e analisados a partir do método fenomenológico crítico. As repercussões do abuso nas fronteiras de contato relacionadas aos vínculos amorosos, interpessoais e intrapessoais, na dinâmica familiar, no trabalho e na autoimagem se fizeram evidentes. Os múltiplos significados referentes à experiência de abuso vivido pela cliente são: 1) A permanência do contato com o abusador: o abuso não interrompido; 2) A reconfiguração do Eu no campo familiar pós abuso: desconfiar, ressentir e não pertencer; 3) A retroflexão como ajustamento criativo: autocuidado, independência e autocobrança; 4) Egotismo: autossuficiência e distanciamento do sentir; 5) A proflexão como modo de contato interpessoal: o cuidar e se responsabilizar pelo outro; 6) Os limites do corpo: insatisfação com a autoimagem, as barreiras do sexo e a dificuldade em dizer não. Sugerem-se estudos que revelem estratégias e recursos terapêuticos dentro da abordagem gestáltica voltados para o manejo de demandas de abuso, tanto na infância quanto na adolescência e adultez.

Palavras-chave: Abuso da criança; Gestalt-terapia; Estudo de caso.

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