MC-10: Encontro 2016

MC-10: HUMANISMOS E A PSICOLOGIA
Dr. Adriano Furtado Holanda (PR)  – CRP: 01/3795

Resumo:
Ser “humanista”, geralmente, aparece ora como um qualificativo, ora como definidor, e ora como crítica de uma série de modelos de pensamento; e Psicologia não escapa dessa tradição. A questão que subjaz a esta afirmação é a de estabelecer um entendimento do que se pretende classificar como “humanismo”. Ademais, o qualificativo – paradoxalmente – exclui, pois coloca abordagens em contraposição a outras: costuma-se opor às abordagens “humanistas” (tradicionalmente compreendidas como aquelas nascidas em solo americano), as abordagens “existenciais” (classicamente consideradas como as europeias); ou ainda a abordagens “materialistas”, ou outras “analíticas”, etc. Mas o que temos em comum a todas elas é exatamente o que constitui a premissa para a construção de uma ciência “humana”. Afinal, o que é o humanismo? De qual humanismo se fala, ao se tomar o substantivo genérico? Do verbete de dicionário, que ora remete a um movimento cultural da renascença, ora define-o com uma generalização de contexto? Ou estaremos falando de um “espírito de época”, comum a certos momentos históricos? Ou ainda, estaremos atribuindo-lhe um sentido de “escola” de pensamento, quando nem mesmo conseguimos localizá-la no tempo? Ou mesmo será ainda “necessário” se falar de humanismo na atualidade ou este qualificativo remete a um determinado contexto de crítica, supostamente superado pela evolução natural das ideias? A proposta deste trabalho é situar alguns elementos preliminares para construirmos um quadro compreensivo do humanismo em suas múltiplas facetas, e procurar realizar “pontes” entre estes elementos e as chamadas “psicologias humanistas” (ou mesmo as ditas psicologias “existenciais”, “fenomenológicas”; ou ainda refletir sobre a possibilidade dessa discussão, sua falibilidade ou inutilidade), seja como possíveis contribuições à sua prática, seja enquanto constatações de sua filiação ou aproximação. Neste sentido, destacamos a importância de uma “leitura” da questão humanista por detrás dos sentidos românticos (ou romantizados) dos manuais, para além das definições formais dos livros de história, de modo que nos seja permitida uma aproximação mais fiel dessa questão, sob um prisma mais amplo, e que sirva – também – para a superação de preconceitos e arcaicismos interpretativos, motivados mais por questões ideológicas do que por compromissos com o próprio conhecimento. De certa forma, inclusive, esta discussão serve para embasar a possibilidade de se colocar a Psicologia no contexto das chamadas “Ciências Humanas” e, assim, questionar-lhe seu status.

Palavras-Chaves: Humanismo. Psicologia. Compreensão. Abordagens Humanistas

Categoria: Mini-Curso

Público-Alvo: 4º período em diante

Adriano Furtado HolandaAutor: 
Dr. Adriano Furtado Holanda (PR)

Mini-Currículo: 
Dr. Adriano Furtado Holanda (PR): Graduado em Psicologia (1987), com Mestrado em Psicologia Clínica pela Universidade de Brasília (1993) e Doutorado em Psicologia pela PUC-Campinas (2002). Professor Adjunto e Orientador de Mestrado da Universidade Federal do Paraná. Editor Chefe da revista "Phenomenological Studies- Revista da Abordagem Gestaltica" e "Interaçao em Psicologia" (UFPR), Membro Colaborador do Circulo Latino Americano de Fenomenologia e Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Psicologia Fenomenologica. Vice-Coordenador do Grupo de Trabalho "Psicologia & Fenomenologia" na ANPEPP. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Clínica e Epistemologia da Psicologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Fenomenologia, Fenomenologia Husserliana, Psicoterapia, Abordagens Fenomenológicas e Existenciais, Psicologia da Religião, História da Psicologia e Pesquisa Fenomenológica, Psicologia Clínica e Psicoterapia, Processos de Saúde/Doença e Saúde Mental.
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