A reconfiguração do campo perceptual transição entre adolescência e vida adulta

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Resumo: Diante das mudanças contemporâneas, tem sido cada vez mais desafiador falar em gerações e na adolescência como fase de inauguração à vida adulta. Na pós-modernidade há uma crescente valorização da adolescência como ideal cultural em que o prazer, a liberdade e a juventude agregam valor e significado à vida. A abordagem gestáltica e, em especial, a teoria de Campo consideram que o campo em que o adolescente está inserido irá influenciar diretamente a forma como ele vivenciará a adolescência e a transição para a vida adulta. O presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa, realizada através do método fenomenológico de Giorgi (2010), que buscou compreender como ocorre essa mudança de percepção da pessoa e quais elementos presentes no espaço vital favorecem a reconfiguração perceptual do campo, de modo que os adolescentes comecem a se enxergar como adultos. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com duas mulheres e dois homens entre 25 e 35 anos em que se investigou os marcos biológicos, emocionais e sociais que contribuíram para a mudança de percepção dos sujeitos e as dificuldades enfrentadas na transição entre as fases da adolescência e vida adulta. Foram alcançadas duas categorias na pesquisa, uma relativa a processos externos ne outra a processos internos. A partir das entrevistas foi possível concluir que ao entrar no processo de transição para a fase adulta há tensão advinda da presença de novos elementos e/ou regiões no espaço vital. À medida que o campo passa a ter limites mais claros, em que as pessoas passam a ter mais clareza próprias necessidades, há uma reestruturação e mudança na percepção dos participantes. Embora tenham vivenciado o processo de transição de maneira singular, todos participantes relataram que a concretude da vida adulta para eles veio a partir do momento que se perceberam com mais responsabilidade. Outros marcos que facilitaram a concretização da vida adulta foram liberdade, autocontrole e poder de escolha.

Palavras-chaves: Adolescência; Adulto; Crise de identidade; Gestalt-terapia; Teoria de
Campo.

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