A reconfiguração do campo de uma pessoa que vive com HIV

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Resumo: O Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), responsável pela Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (aids), ocupa lugar de destaque dentre as mais temidas patologias e representa um sério problema de saúde pública. O HIV altera a totalidade daqueles que têm que enfrentá-lo diariamente, influenciando no âmbito físico, afetivo, racional, social e espiritual. Nesse sentido, o presente trabalho objetivou realizar uma pesquisa fenomenológica sobre a reconfiguração do campo de uma pessoa que vive com HIV, desde a revelação diagnóstica, considerando suas dimensões física, afetiva, racional, social e espiritual. Considerando a importância desta temática, realizou-se uma entrevista semiestruturada com um homem de 45 anos, ciente de sua soropositividade há dez anos. A entrevista abordou tanto dados sócio demográficos, como questões relacionadas ao diagnóstico e à reconfiguração do campo, desde a descoberta do HIV. Posteriormente, os dados coletados foram analisados sob a perspectiva da Abordagem Gestáltica, por meio do método fenomenológico de Amadeo Giorgi, que parte da reflexão acerca do fenômeno como se revela à consciência e sua descrição. Os resultados foram correlacionados à Teoria de Campo de Kurt Lewin e a Teoria do Pentagrama de Ginger, como também a outras teorias da Abordagem Gestáltica. As reduções feitas na entrevista, resultaram em cinco categorias: 1. Impacto do Diagnóstico; 2. Abandono e Desconfirmação de Familiares e Amigos; 3. O Outro como Fator de Cura; 4. Inter-relação entre as Dimensões Física, Racional, Afetiva, Social e Espiritual; 5. Ressignificação. Pode-se correlacionar com os resultados outras teorias além da Teoria de Campo e a Teoria do Pentagrama de Ginger, como a Teoria Organísmica, a Teoria Dialógica de Buber e a Teoria Paradoxal da Mudança. Percebeu-se que, desde o diagnóstico, à medida em que ocorria o seu processo de elaboração da soropositividade, o campo de nosso participante era reconfigurado, nas dimensões física, afetiva, racional, social e espiritual. Pode-se dizer que este trabalho favoreceu uma melhor compreensão da forma que a infecção pelo HIV afetou e modificou o campo de uma pessoa soropositiva, contribuiu para o apontamento de algumas dificuldades vivenciadas por alguém que tem o HIV e elucidou possíveis formas de enfrentamento. Reforça-se a necessidade de construção de redes de apoio a estas pessoas, que auxiliem em uma vivência mais positiva e saudável da soropositividade.

Palavras-chave: HIV/aids; Pesquisa Fenomenológica; Teoria de Campo.

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