Uma introdução completa sobre

O que é Gestalt?

“Gestalt é uma palavra alemã. Essa informação preliminar é encontrada em toda definição da Gestalt-terapía. Receio estar sendo repetitiva. E não sei como não sê-lo,… ao prosseguir dizendo: Gestalt significa o todo, a configuração total de um evento percebido… ou de um evento vivido, testemunhado, pensado ou intuído. A visão completa: eis a Gestalt. O nascimento, desenvolvimento e completamento de qualquer acontecimento… rápido e breve… lento e duradouro. Está completo, completou-se: eis a Gestalt. Simples ou composta de pequenas gestalten interrelacionadas…

A unidade perceptiva é uma gestalt: vejo uma cadeira, uma árvore, uma pessoa, um cachorrinho. Vejo um todo completo em si mesmo.

Vejo um acontecimento complexo, cheio de elementos individuais, interrelacionados; capto-lhe o sentido, dou-lhe uma denominação: é uma briga, ou uma festa, ou luta pelos direitos individuais ou, mais modernamente, pela preservação do meio ambiente. Eis a Gestalt percebida e nomeada. O sentido completo em si mesmo, que dispensa qualquer referência ao que é exterior a ele.

O sentido é imposto pela inter-relação especifica dos elementos. Os mesmos elementos podem configurar diferentes gestalten (ou diferentes sentidos). Por isso se diz que o todo significativo (aquele que tem significado, como no caso do cachorrinho, da festa, da preservação ecológica ou da briga) é mais que a soma das partes. O todo significativo depende da natureza da interrelação das partes: da qualidade de seus elementos, da posição de cada elemento, da influência funcional recíproca entre os elementos”.

O que é Terapia?

“Terapia é a arte do cuidado. De restabelecer a unidade ameaçada ou abalada. De escutar o grito da parte delatora… porta voz da agonia do todo… de reconhecê-la como indivíduo da comunidade organísmica, cuja FORMAÇÃO faz referência inevitável à comunidade total.

De reconhecer a artificialidade de isolá-la ou retirá-la (o que às vezes acontece), sob pena do Todo ser alterado e empobrecido (o que ás vezes não conseguimos evitar).

Terapia é solidarizar o homem consigo mesmo. E apaziguar suas lutas internas, de modo que cada aspecto seu possa enriquecer sua totalidade e ser enriquecido por ela. Que para isso estamos neste mundo: para nos construirmos em existência cada vez mais complexa e mais completa”.

“É a arte de intervir naquilo que está fragmentando a unidade. E de facilitar a solidarização com a unidade.

Mas toda terapia pretende a unidade da pessoa.

Em que se pode legitimar a identidade (ou originalidade) da Gestalt-terapia?

Talvez na sua própria denominação: Gestalt.

No princípio sob o qual é operacionalizada sua metodologia.

Que princípio? O de que a unidade é a interrelação das partes e que estas servem à unidade, e que a unidade serve a cada parte. De modo que nenhuma parte é vista como independente da totalidade na qual se insere e que essa totalidade está toda afetada quando uma parte aparece em descompasso. Que esta parte denuncía, foi escolhida pelo todo para levar ao mundo o seu pedido de socorro.. ou a denúncia do seu descontentamento.

E a Gestalt-terapia vai escutá-la. Atentamente. Minuciosamente. Sabendo que ela tem todas as informações necessárias à compreensão da situação da sua comunidade.

O que aparece como queixa ou sintoma é levado em consideração incondicional, examinado e explorado de todas as formas possíveis (via contato focalizado na queixa ou sintoma). Porque sabemos que aos escutarmos a queixa, ou “a parte afetada”, a totalidade vai-se revelando, o sentido da queixa se elucida, e podemos ver como a queixa foi a denúncia mais adequada possível, às vezes dramática, do risco de desintegração da unidade. E que é, ao mesmo tempo, a tentativa desesperada de integração (de formação), em condições caóticas, do campo. Na Gestalt-terapia pretendemos que a pessoa descubra formas mais eficazes (o mesmo que mais autênticas) de integração. Que ouse arriscar, experimentar novo comportamento integrador, antes de abandonar o velho modo, que falindo, levou-a à terapia”.

Fragmentos retirados do artigo escrito pela Professora Marisete Malaguth Mendonça na revista do VII Encontro Goiano da Abordagem Gestáltica: Maio de 2001.

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