TL-07/08: Encontro 2016

[tab: Resumo TL-07]
TL-7: O SER-NO-MUNDO COMO MULHERES TRANSEXUAIS: UMA PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICA EXISTENCIAL
Ac. Gustavo Vinicius Martins Leal (GO)
Drª Virginia Elizabeth Suassuna Martins Costa (GO) – CRP: 09/39

Resumo: 
Ser-no-mundo é um fenômeno básico da existência do homem. Embora experienciado como uma totalidade, o ser-no-mundo é vivenciado em três dimensões fundamentais: o mundo-próprio, mundo-humano e o mundo-circundante. Neles encontram-se três maneiras específicas de existir, definidas como preocupada, sintonizada e racional. A compreensão de ser-no-mundo de transexuais historicamente iniciou-se em 1910 com os estudos do médico e sexólogo Magnus Hirschfeld. Posteriomente, apenas em 1949 o termo trans-sexualism foi pela primeira vez utilizada por Caudwell ao publicar um estudo sobre um transexual masculino, que evidenciou os primeiros esboços de algumas características do que viriam a ser, posteriormente, considerados transexuais. O mesmo termo usado por Caudwell foi retomado em 1953, pelo endocrinologista alemão, Harry Benjamin, que utilizou o termo transexual para identificar o indivíduo que demanda mudança de sexo. Para Benjamin, a pessoa transexual possui o sentimento de pertença ao sexo oposto a ela designada no seu nascimento, demonstrando o desejo de ser e funcionar e não apenas parecer com o sexo oposto. Com o progresso dos estudos em relação à transexualidade, a mesma passou a ser considerada como transtorno quando em 1980 o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais III (DSM-III) formalizou um espaço na psiquiatria e medicina, legitimando critérios diagnósticos e descrição da “desordem” da transexualidade. Atualmente o DSM-5 (2014) classifica como Disforia de Gênero como aqueles indivíduos que possuem uma incongruência entre o gênero a que eles foram designada, geralmente no nascimento, e sua experiência de gênero expressos, sendo esta discrepância o núcleo do diagnóstico. Também na Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID 10 (1993), a transexualidade se encaixa no critério de Transtornos de Identidade Sexual, no subgrupo “F64.0” como “Transexualismo”. Diante da incongruência entre o sexo de nascimento e a subjetividade de gênero expressa, este trabalho tem como objetivo descrever a vivência do ser-no-mundo de três transsexuais, de 23 a 31 anos, residentes em Goiânia. Por meio do método fenomenológico de Giorgi juntamente com o aporte filosófico e teórico da abordagem Gestáltica, foram evidenciadas as diversas formas de angustia, de racionalidade e sintonia das entrevistadas que diante do mundo humano e circundante experienciam dificuldades de revelar seu mundo próprio caracterizado pelo feminino.

Palavras-Chaves: Ser-no-mundo, Transexuailidade, Gestalt, Fenomenologia-Existencial

Autor: 
Gustavo Vinicius Martins Leal (GO)

Mini-Currículo: 
Gustavo Vinicius Martins Leal (GO): Psicólogo formado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Durante o período acadêmico foi monitor nas matérias de Psicologia do Desenvolvimento, Matrizes do Pensamento Psicológico e Psicologia da Saúde e Hospitalar. Realizou estágio extracurricular no Centro de Referência Estadual da Igualdade onde era responsável por atendimento psicológico para pessoas em vulnerabilidade social, principalmente voltado para a população LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Transgêneros e Travestis).

Categoria: Tema Livre

Público-Alvo: 4º Período em diante

Co-Autor 1: Virginia Elizabeth Suassuna Martins Costa (GO)
Mini-Curriculo 1: Virginia Elizabeth Suassuna Martins Costa (GO): Possui graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo USP (1977), mestrado em Educação pela Universidade Católica de Goiás -PUC- GO (2002) e doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília – UnB/UFG (2008). Especialista em Gestalt-terapia no Brasil e Treinamento avançado nessa abordagem na França, Suíça e Estados Unidos. Professora da Universidade Católica de Goiás – PUC- GO, desde 1978, é Fundadora, Professora, Supervisora Clínica e Diretora Administrativa do Instituto de Treinamento e Pesquisa em Gestalt-Terapia de Goiânia ITGT. (GO)., Possui artigos e capítulos publicados em revistas e livros. Pesquisadora cadastrada na Plataforma Brasil, vinculada ao CNPq. Psicoterapeuta de criança, adolescente, casal e família e de grupo na perspectiva da Gestalt-terapia.

 

[tab: Resumo TL-08]
TL-8: RELAÇÃO ENTRE SEXUALIDADE E ESPIRITUALIDADE: UM ESTUDO NA PERSPECTIVA DA ABORDAGEM GESTÁLTICA
Ms. Nicole Bacellar Zaneti (DF) – CRP 01/13905
Dr. Jorge Ponciano Ribeiro (DF) – CRP 01/496
Drª Marta Helena de Freitas (DF) – CRP 01/2850

Resumo: 
A dimensão da espiritualidade faz parte da totalidade do ser humano e a relação da pessoa com a espiritualidade tem sido tema de pesquisas na psicologia. A sexualidade, entretanto, pode ser vivenciada de forma dividida, fragmentada, com culpa, vergonha, entre muitos outros fatores, devido a vivências religiosas que não estimulam, não proporcionam à pessoa desenvolver sua espiritualidade. A relação entre os campos da sexualidade e da espiritualidade tem sido, historicamente, conflituosa, pois muitas religiões as tem considerado como polaridades, que não podem ser vivenciadas paralela e harmonicamente. A relevância do presente trabalho se dá pelo fato de que muitas pessoas enfrentam dificuldades em exercer uma religião e vivenciar sua sexualidade. Este fato está constantemente presente em nossa prática clínica e em nossa cultura. Muitas religiões pregam a culpa em relação à vivência da sexualidade, e a reprimem, tanto em formas de se vestir, quanto de falar, quanto em sua prática. Essa configuração ocasiona a não experiência da totalidade da pessoa como um ser integrado. O presente artigo busca investigar, teoricamente, o campo da espiritualidade e da sexualidade à luz da abordagem gestáltica. São apresentadas definições de sexualidade e de espiritualidade de acordo com alguns autores da psicologia, entre eles, alguns gestaltistas. Aponta-se, também, a relação entre esses conceitos, e entre eles e a gestalt-terapia. Constata-se que sexualidade e espiritualidade estão relacionadas e se complementam; desenvolvidas e descobertas pela pessoa sempre em sua relação consigo e com o outro, com o mundo, são formas que a pessoa encontra de se ajustar criativamente no mundo, de viver, vivenciar, se relacionar, ser no mundo, transcender, em direção a Deus, contato pleno e genuíno. Chega-se à compreensão de que a abordagem gestáltica, devido ao seu próprio caráter libertador, de buscar não ter nenhum preconceito, por estar enraizada em diversas teorias, cria mobilidade e espírito de abertura para experiências aparentemente não conciliáveis, como a sexualidade e a espiritualidade. Dessa forma, quanto mais alguém vive plenamente sua sexualidade e sua espiritualidade, mais se humaniza.

Palavras-Chaves: sexualidade; espiritualidade; abordagem gestáltica

Autor: 
Ms. Nicole Bacellar Zaneti (DF)

Mini-Currículo: 
Nicole Bacellar Zaneti (DF): Psicóloga, mestra em Psicologia pela UnB, doutoranda em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília- UCB, autora do livro “O Deus das crianças”, professora universitária no Instituto de Educação Superior de Goiás- IESGO, especialista em Gestalt-terapia pelo Instituto de Gestalt-terapia de Brasília- IGTB, professora do Instituto de Gestalt-terapia de Brasília- IGTB

Categoria: Tema Livre

Público-Alvo: 4º Período em diante

Co-Autor 1: Ms. Marta Helena de Freitas (DF)
Mini-Curriculo 1: Marta Helena de Freitas (DF): Psicóloga, mestra em Psicologia pela UnB, doutoranda em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília- UCB, autora do livro “O Deus das crianças”, professora universitária no Instituto de Educação Superior de Goiás- IESGO, especialista em Gestalt-terapia pelo Instituto de Gestalt-terapia de Brasília- IGTB, professora do Instituto de Gestalt-terapia de Brasília- IGTB.

Co-Autor 2: Dr. Jorge Ponciano Ribeiro (DF)
Mini-Curriculo 2: Jorge Ponciano Ribeiro (DF): Psicólogo, mestre e doutor em Psicologia. Professor Titular Emérito da UnB, dois pós-doutorados na Inglaterra, autor de 12 livros, presidente e fundador do Instituto de Gestalt-terapia de Brasília.