MC-06: Encontro 2016

MC-06: AS VIVÊNCIAS DOS CASAIS: UM OLHAR PARA AS RELAÇÕES QUE SE COMPLEMENTAM
Drª Celana Cardoso Andrade (GO) – CRP: 09/1121

Resumo:
O encontro faz parte das relações humanas, assim como das relações conjugais. O como o encontro entre os casais ocorre é objetivo desse estudo. A pessoa cresce no encontro, ou seja, à medida que se reconhece e reconhece o outro, e há uma interdependência e uma corresponsabilidade compartilhada. O homem é, essencialmente, um ser de relação, independente de como se relacionam, há uma relação, e se há relação, há uma pessoa interagindo com outra, se complementando. Os cônjuges naturalmente vivenciam uma complementação relacional; por isso, procuram, um no outro, o que lhes faltam, para assim se sentirem plenos e inteiros. Várias são as formas de se completar em uma relação, sendo algumas mais comuns, como a relação complementar de troca, a relação complementar de autorregulação, a relação complementar de manipulação e controle, a relação complementar de compensação e a relação complementar de integração. Essas formas de se completar advêm da ampliação do conceito de relação complementar definido por Ribeiro (2006) e dependem de como as pessoas interagem umas com as outras, de quem está na interação, assim como do contexto em que estão vivendo, tornando-as mais ou menos funcionais. A relação complementar funcional é fundamentada em uma parceria que se desenvolve fluidamente e transcende a simples relação formal de algo ou alguém que complementa o outro e que provoca o crescimento e o desenvolvimento de ambos, tanto no nível individual quanto no da relação do casal. Por outro lado, existem as relações complementares disfuncionais, baseadas na “fome, na privação e na desigualdade” (Ribeiro, 2006, p. 168). São relações que provocam sensações de incompletude; uma incompletude que leva à paralisação, pois a conexão saudável desaparece e, consequentemente, a interação torna-se prejudicada. A opção pelo desenvolvimento desse conceito se deu na pesquisa de doutorado da palestrante, cujo título foi Maternidade e trabalho feminino na perspectiva de mulheres e seus companheiros. Além da ampliação do conceito com a descrição das formas de se completar, observou-se que existe um funcionamento predominante do casal na relação e que esta só pode ser modificada se houver incômodo de pelo menos um dos cônjuges com a situação presente. A consciência do o que o casal tem vivido, do como tem lidado com esse funcionamento e do significado da relação para ambos é a única alternativa para uma mudança significativa na forma de viver e conviver do casal.

Palavras-chave: Relação complementar, casal, contato.

Categoria: Mini-Curso

Público-Alvo: 4º período em diante

profcelanaAutor: 
Drª Celana Cardoso Andrade (GO)

Mini-Currículo: 
Drª Celana Cardoso Andrade (GO)Possui graduação em Bacharel, Licenciatura e Psicóloga pela Universidade Católica de Goiás (1989), graduação em Licenciatura em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de Goiás (1989), especialização em Gestalt-terapia pelo Instituto de Treinamento e Pesquisa Em Gestalt Terapia de Goiânia – ITGT, mestrado em Psicologia Clínica pela Universidade Católica de Goiás (2007). Doutorado em Psicologia Clínica e Cultura pela Universidade de Brasília – UnB (2016). Professora assistente e supervisora de estágio no Curso de Psicologia da Universidade Federal de Goiás (UFG); professora titular, supervisora, orientadora e pesquisadora da área clínica no ITGT e psicoterapeuta na Alter – Consultórios de Psicologia Atendimentos individuais, casais, famílias e grupos psicoterapêuticos e de supervisão. Editora associada da Revista da Abordagem Gestáltica, organizadora dos Encontros Goianos da Abordagem Gestáltica. Tem experiência na área Clínica e na Educação, com ênfase em Métodos e Técnicas de Ensino Psicoterápicos, atuando principalmente nos seguintes temas: gestalt-terapia, processo psicoterapêutico (individual, casal, família e grupo), fenomenologia, método fenomenológico, existencialismo e existencialismo dialógicos. Pesquisadora integrante do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, projeto desenvolvido no CNPq na linha de pesquisa Fenomenologia e Subjetividade.